domingo, 28 de setembro de 2008

Esculachos de Família + SNES

A que nível de distância você já esteve de um parente seu? Me encontrei com este dilema agora, a caminho da postagem sobre os games de SNES.

Bem, primeiramente, gostaria de me desculpar. Não postei os jogos na data sugerida por mim mesmo pois não consegui gravar vídeos do jogo, então vocês meninas que garimpem os jogos na internet e enfiem no emulador se não acreditarem no que eu vou dizer.

Anyway, estou com fome. Tem pizza ali na cozinha; não aquela pizza que tua avó faz no aniversário não, pizza mesmo, italiana, dessas redondas, com borda de cheddar e etc. A pizza está ali, sobre a mesa, solitária... esquecida pelo sujeito na outra ponta da mesa: meu pai.

Minha mãe e meu pai são de famílias bem diferentes: a família da minha mãe vive se visitando, mesmo quando o parente mora lá onde o diabo perdeu as botas; meu pai nem conhece os PRIMOS E PRIMAS dele O.o

Quando eu era pequeno, nos domingos, o pai ia fazer trilha [de moto, não a pé, com o facão na mão como certas pessoas sugeriram quando comentei ¬¬] e a mãe arrastava eu e a inútil da minha irmã para Campo Novo. Quem mora em Porto Alegre e conhece a distância entre o Carrefour do bairro Partenon e Campo Novo sabe o que é ficar quase 1h dirigindo para chegar até lá. Só não sabe o que é entrar num lugar onde só se tem 4 pontos para se ficar:
a) Cozinha - onde todas as tias e tias-avós ficam FOFOCANDO miserávelmente enquanto preparam o arroz, a salada, etc, para o almoço [que geralmente sai as 4h da tarde ¬¬]

b.a) Sala - onde ficam aqueles tios barrigudos fedorentos, sempre sem camisa com cicatrizes na pança à mostra, bebendo cerveja ou chopp e discutindo o Domingão do Faustão o o futebol que passa na TV;

b.b) Churrasqueira - quando eles não estão apenas esperando pelas fofoqueiras para comer, ou seja, no caso de um dia de churrasco, vão para a churrasqueira e ficam lá do mesmo jeito que em b.a.), só que discutindo apenas futebol. Certa fez eu puxei o assunto das eleições. Me arrependi até o ultimo fio de cabelo dourado; parecia que eu estava vendo tribais conversando e brigando sobre quem era o "melhor" candidato.

c) Quarto de alguém - geralmente daquela tua prima mais velha que tem um videogame melhor que o teu mas nem joga e tb ñ deixa tu encostar na porcaria pq ela acha que tu é um neandertal como os parentes dela e vai enfiar o pé naquele cartucho do Mortal Kombat Trilogy que jaz sobre o videogame assim que o Kung-Lao te der a primeira chapelada na cara. Ou então no de outra das tias-avós, assistindo qualquer merda na TV.

d) O pátio - onde tem as outras crianças, provávelmente teus primos, mas que tu não conhecem nem quer conhecer pq são ou feios, ou de mal gosto [tenho vários que gostam de pagode por exemplo], ou tu simplesmente não quer perder teu precioso tempo pra exercer simpatia sobre eles.

Eu ficava navegando entre os 4 ambientes em busca do que fazer ._. Cara era o inferno.

Da última vez que eu fui numa coisa assim eu devia ter uns 17 anos, e nem fiquei lá a tarde toda, mas isso perdurou por muitos anos e por vários fins de semana [muitas vezes consecutivos] que eram cruelmente desperdiçados na presença dos parentes da minha mãe. Me lembro de ter me divertido em poucos destes encontros, assistindo filmes do Scooby Doo ou jogando Mega Man X no Super Nintendo de alguém enquanto me lamentava por ter um NES que tinha o pior "Rockman" do mundo.

Meu pai em compensação eu me lembro de 2 encontros assim de família: um foi um final de semana em Águas Claras, uma cidade vizinha, onde uma irmã do meu avô tem uma fazenda of sorts, na qual eu fui perseguido por uma galinha assassina que me deixou cheio de feridas nas canelas a troco de nada e me engraxei completamente em um trator abandonado que, mesmo não funcionando, era lubrificado frequentemente ¬¬
A outra foi num morro lah onde minha avó se criou, numa fazenda também, perto de terras indígenas, onde eu é claro, me eletrocutei numa cerca que não avisava em ponto algum ser eletreficada e fui mordido por um porco peludo.

Enfim, acho que dá pra perceber que minha mãe é super família, e meu pai não. Durante minha criação toda, minha mãe tentou unir nossa família forçosamente. Ela também forçou religião em nós. Desde pequeno eu era praticamente obrigado a rezar à noite, mas eu tinha espírito satanista, e desde pequeno, me questionava a respeito de algo que nunca falava comigo. Eu ouvia minha consciência, mas eu podia mudar ela quando bem quizesse, então não era deus conversando comigo denoite, e sim eu pensando sozinho. Tenho certeza disso, pois nunca fiquei com a consciência pesada por algo que tivesse feito, a não ser que isso gerasse arrependimento, mas é muito relativo. Quando eu tinha uns 12 ou 13 anos eu fui obrigado a ir á catequeze, na qual eu irritava as "irmãs" frequentemente com minhas perguntas. Sem contar que eu e minha irmã fomos enfiados em Taekwondo, natação, curso de informática, escoteiros e o caralho a quatro contra nossa vontade por minha mãe. Ela sempre tentava impedir que brigas vazassem e que qualquer coisa prejudicasse a visão externa da nossa família como sendo unida e católica, sendo que ninguém além dela ligava para o que os outros iam pensar de nós.

Isso doeu muito durante toda a minha vida, pois todos eramos punidos sempre que qualquer coisa transparecia. Isso mudou no início desse ano quando eu saí de casa. Vi meu primo no MSN e contei pra ele, e em questão de minutos a família toda sabia que eu tinha brigado com o pai e me mudado pra casa de um amigo, sem um real no bolso. A coisa toda durou cerca de um mês. Claro que houveram motivos pra isso acontecer, mas não vou citar agora poi o texto já está bem grande. Enfim, de lá para cá tudo ficou mais cada-um-por-si. Eu saio de casa demanhã, vou pra casa da namorada, saímos, fazemos nossas coisas e eu só volto pra casa 22h. Minha irmã tb tá namorando, vê o cara todos os dias, dorme na casa dele e passa já os finais de semana na praia, então ñ vemos ela sábado e domingo. Meu pai sempre foi individualista, e isso agora está complicando a situação aqui em casa.

Eu não me sinto com liberdade de ir ali na cozinha comer pq meu pai [ainda] tá ali. A cada 20 segundos eu olho pra fresta inferior da porta e vejo luz vinda dali, junto com sons do Auto-esporte originados da tv da cozinha.
Sei que se eu for ali, vamos ficar quietos, ou então ele vai me xingar por qualquer motivo e eu vou me encomodar a essa hora da manhã -.-'
Isso é realmente muito estranho. Vi ontem o orkut do Metaler; tem uns depoimentos do pai dele lah e só por ali da pra ver que eles são super parceiros. Meu pai nunca me pegou no colo. Sempre que eu chamava ele pra ver alguma coisa que eu estava fazendo, ele só dizia "aham... tá, tenho que ir trabalhar" e saia [muitas vezes nem era pra trabalhar mesmo] e se eu reclamava e a mãe ia brigar com ele, eles se desentendiam, por serem 2 ignorantes gritando um com outro quando deveriam conversar.

Eu invejo muito esse tipo de relação que vejo entre pais e filhos atualmente. Durante este ano eu estive indo a um terapeuta que me disse pra tentar me aproximar do meu pai. Eu tentei, tentei mesmo. Tentava conversar com ele, mas ele só dizia qualquer coisa e ficava me dispensando de perto dele. Tentei convidar ele pra sair, sem sucesso. Minha mãe por outro lado se dá bem até comigo, quando ela quer.

Anteontem mesmo eu estava jogando Prey no notebook dela [pois o jogo não roda no meu pc bem o suficiente pra se chamar de "jogável"] e ela me xingou e disse que não era mais pra eu chegar perto do Notebook dela. No outro dia demanhã eu estava saindo e ela perguntou como fazia pra baixar vídeos do YouToba. Disse pra ela baixar o aTube Catcher e até expliquei como se escrevia isso pq ela é uma 0 à esquerda em inglês e saí. Quando eu cheguei em casa meu pc tava desligado [eu deixo ele ligado pq to sempre baixando alguma coisa e é uma merda de ligar essa bosta pq ele se trava todo e eu tenho que reiniciar ele 200 vezes até funcionar] e ela disse que foi pq eu ñ quis ajudar ela. Argumentei, alegando que tinha explicado pra ela como fazer, e ela disse que eu falei de má vontade e que ela não queria que eu explicasse pra ela, queria que eu fosse lá e instalasse o programa.
Ae eu lembrei a ela que ela tinha me proibido de encostar na merda do notebook dela e que eu tava só fazendo o que ela tinha mandado, e vim pro meu quarto. Foda-se também, chego antes dela todos os dias e fico jogando Prey de qualquer jeito, e vou fazer isso até terminar o jogo ¬¬'

Enfim, não deixem que esse tipo de coisa aconteça nos lares de vocês; não dêem motivos. Se dar bem com os pais é a melhor coisa do mundo, até porque pais tem dinheiro. Para ser sincero, da última vez que eu ganhei dinheiro do meu pai, foi a uns 3 ou 4 meses atrás e pra comprar créditos pro meu telefone e pro dele, ou seja, não me sobrou nada [ele dá o dinheiro certinho]. Antes disso, não me lembro.

Bem, aos jogos:

Stunt Race FX

Não to com saco de postar foto aqui, até pq minha net tá lenta, então vão ao Google e se virem. Anyway, Stunt Race FX era esse tipo de jogo que teu primo dizia que tinha e tu não acreditava, pois nenhum outro jogo do SNES era assim. Era um cartucho pesado, com uma caminhonetezinha estilo Teletubbies na frente, com olhinhos no farol e tal. Isso provávelmente afastou muita gente do jogo de preço absurdamente alto em vista da aparente temática infantil.

Stunt Race FX é um jogo de corrida literalmente em 3D, no qual tu vê o carro de trás e vai seguindo por uma pista tridimensional, quase que totalmente texturizada, com propagandas e tudo. O jogo parece que foi feito pra PSX, mas é de SNES mesmo. Lembra bastante o muito mais famoso Star Fox, que era em 3D e visto de trás também.

Então, o jogo não tem nada assim de muito especial, mas é extremamente divertido, e impressiona por ser em 3D real e não ser insuportávelmente lento como outros games 3D do SNES. Eu joguei Doom, que é razoável, joguei o Star Fox que eu já achei lento e joguei um de buggy uma vez que era insuportávelmente lento. Tem outros, como Mario Kart por exemplo, que são um tanto decentes. Mas Stunt Race FX consegue ser super divertido. O carro derrapa e se comporta overall com bastante realismo, e as animações da sprite dele e dos outros carros são realmente divertidas de se olhar, e muitas vezes distraem o jogador da própria pista.

Diversão triplamente garantida.

Mo-Hawk & Headphone Jack

Mo-Hawk & Headphone Jack é a princípio mais um plataformer babaca e chato como Jim Power, mas assim que o jogador passa do primeiro declive, torna-se literalmente estonteante.
O mapa é desenhado em forma ampla de um círculo fechado. Claro que não vai ser sempre uma merda redonda, varia de mapa para mapa, mas a gravidade está sempre sob os pés [ou rodas, ou asas, ou quem sabe o que?] do jogador. Digamos por exemplo que o mapa tem um "U" no meio, quando o jogador atinge a parte da queda do U, a camera começa a girar e a parede vira chão. Quando o jogador chegar no fundo do U, a camera vai girar em 180º enquanto o jogador faz a volta e o que era o teto, agora e o chão, e quando ele chegar no final do U, a camera gira denovo. Não entendeu? Então pega o game e joga. É um dos jogos mais alucinantes e mais difíceis que eu já vi no SNES. Mas como eu adoro esse tipo de jogo [no Prey mesmo não existe chão nem parede, apenas o local que tem o sensor de pressão ou walkway ativo], pra mim é perfeito.

Mas sinceramente, não faço a mínima idéia de qual é o objetivo do game o.o

Psycho Dream

Este é outro jogo cujo enredo eu desconheço, mas este é por estar em japonês; anyway, isso não interfere muito no gameplay. Psycho Dream é outro jogo que parece mais com um CastleVania Wannabe de qualquer tipo, mas evolui horrores assim que o jogador começa a pegar os trecos vermelhos ou treco roxos ou qualquer outra cor que ficam pelo chão quando os inimigos são escurraçados deste plano existencial. A primeira arma é um sabre, mas assim que se atinge uma pedra, surge outro.. E logo surgem uns badulaques nos joelhos e cotovelos e até no pinto do cara que giram quando tu ataca e formam uma espécie de barreira protetora. Dependendo das pedras que o jogador cata, da pra virar até um robô que dispara uns lasers do cu que ricocheteiam em todas as direções na tela.

Os níveis são muito fodas, e dão a impressão de ser uma cidade devastada, ou a mente de algum tipo de psicopata mesmo [assistam o filme A Cela para terem uma idéia].
Se não me engano, começa no topo de algum prédio, então para o chão da cidade e logo num metrô, que vai se deformando conforme o jogador se aproxima do próximo chefão, seja lá qual for ele. Os inimigos e chefes em geral são realmente perturbadores.
O jogo roda bugado no emulador [alguns mapas ficam desfigurados, aomenos no ZSNESw], mas não impede o gameplay, apesar de que o ideal mesmo era conseguir o cartucho original pra jogar no console sem medo.

Power Piggs of the Dark Age

Esse não é bem um ótimo game desconhecido do SNES. Não pelo desconhecido, mas sim por ñ ser ótimo. Anyway, o jogo é bom, e é um plataformer estilo Super Bubsy, só que deveras melhor. Neste, o jogador controla um porco da era medieval européia que sai catando maçãs e dando espadadas em soldados. O jogo é realmente engraçado, mas não foi pra mim aomenos aquele game que me fez ficar jogando até o final incansávelmente, depois me fez comprar um SNES e o cartucho e jogar denovo, e depois comprar pôsteres e camisetas e decorar meu quarto e a mim mesmo, e depois me tatuar com o título e reservar uma parte da casa para fazer um altar à ele, e depois colocar um sistema de segurança semelhante ao da cópia original da carta de Pero Váz de Caminha à portugal que cortasse os dedos de qualquer um que chegasse perto do cartucho do game...

Logo estarei postando outros games de PC e na sequência, os do Mega Drive [ou talvez os do Genesis venham antes... sei lá, tanto faz]
Stay Tuned

e..

Hail!
o/